O JOVEM E O MERCADO DE TRABALHO

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O JOVEM E O MERCADO DE TRABALHO
Dr.ª Suara Bastos

Como facilitadora de cursos e treinamentos voltados para temas relacionados à área organizacional, tenho tido o privilégio de encontrar-me e conversar com jovens adolescentes, oportunidade ímpar de manter contato com essa população tão importante dada a sua relevância enquanto agentes de mudanças sociais.

Durante um de meus workshops, intitulado “Preparando-me para o Mercado de Trabalho”, procuro minimizar a ansiedade e esclarecer as dúvidas referentes à busca do primeiro emprego, além de debater questões sobre Apresentação e Marketing Pessoal, Linguagem e Comunicação Interpessoal, Assertividade, Trabalho em Equipe, entre outros.

Um fato, porém, que me chama a atenção é o interesse de jovens adultos já empregados em participar destes workshops, alegando que ainda sentem-se inseguros e despreparados em relação a como melhorar o desempenho para manter o emprego atual além de enfrentar o mercado de trabalho no caso da necessidade de uma recolocação. Dificuldades de relacionamento dentro da organização e a angústia por não desenvolver uma atividade que traga satisfação pessoal e financeira, também são temas recorrentes.
Isso faz com que eu reflita sobre o quanto ainda necessitamos preparar nossos jovens, não apenas para a inserção no mercado de trabalho, como também para os vários desafios que irão enfrentar ao longo da carreira profissional como, por exemplo, administrar conflitos; gerenciar o tempo; saber dar e receber feedbacks, manter-se competitivo dentro de um mercado cada vez mais exigente, etc. Para que possam estar melhor preparados é primordial que conheçam o contexto corporativo em toda a sua complexidade e não somente em relação à função ou ao cargo que irão ocupar, o que comumente ocorre.

A compreensão de tal complexidade que, dentre outras coisas, passa pelo conhecimento e aplicabilidade na prática da cultura organizacional e do posicionamento em relação ao nicho de mercado que a empresa atua, exige o desenvolvimento de um olhar sistêmico e integrador e não mais uma visão mecanicista como fora no passado. Esse novo modo de ver as coisas deve estar fundamentado levando em conta o ritmo das muitas transformações às quais estamos submetidos atualmente de modo que possamos, desde cedo, desenvolver uma maior capacidade de adaptação e reação a elas, habilidades cada vez mais requisitadas no cenário corporativo atual.

Outra questão igualmente importante e que também se apresenta como um desafio para os jovens é a necessidade de escolher a carreira profissional em um momento em que muitos ainda não possuem o discernimento necessário para tomar esta decisão que poderá determinar grande parte do seu futuro.

O fato de que a atividade profissional, por ser um dos principais fatores que influenciam diretamente na realização pessoal por oferecer não apenas a renda indispensável para a sobrevivência e autonomia, como também um importante sentido de realização, deverá ser, na medida do possível, satisfatória, uma vez que na maior parte do dia passamos envolvidos com questões e pessoas relacionadas ao trabalho.

Como hoje há uma gama de informações disponíveis e de fácil acesso a respeito de diferentes áreas e possibilidades de atuação, o exercício de filtrá-las não é uma tarefa simples ainda mais quando se trata de solucionar o dilema entre vocação x sonho x realidade.

Ainda que essa seja uma fase de dilemas e complicações para a maioria dos jovens, a paciência e apoio dos pais ou responsáveis é fundamental para que possam tomar a melhor decisão, ainda que não seja definitiva. Em muitos casos, o auxílio profissional pode ser interessante no que se refere não somente em relação à orientação vocacional como ao acompanhamento individual ao longo deste importante momento de transição para a vida adulta.