Azeitando – ainda mais – a comunicação.

Celso Pelosi – consultoria de Comunicação
Há tempos, escrevemos aqui sobre a importância da comunicação nas relações empresariais – e também pessoais. Terminamos o artigo prometendo voltar na próxima semana, uma vez que o processo de construção de imagem (no qual a comunicação é a viga-mestre) deve ser contínuo e permanente, como o encher de uma represa. Evidentemente, já se passou mais de uma semana. E, como ninguém reclamou, podemos supor que ou ninguém se deu conta ou não despertou interesse, tampouco curiosidade sobre a sua continuidade. Enfim, o interregno visou justamente servir de exemplo para um dos principais erros que as organizações públicas e privadas cometem no relacionamento com o público: a descontinuidade das ações e – pior ainda – a falta de feedback (retorno).
Seja sobre a reclamação de um consumidor descontente, seja sobre a reivindicação de um cidadão ao agente público: vereador,prefeito,deputado, senador, governador, presidente. Recentemente, foi motivo de reportagem na maior Rede de TV do País a resposta dada pela Rainha Elizabeth a uma menina do Nordeste, que escrevera uma carta como parte de uma atividade escolar. Quantas cartas semelhantes os nosso governantes recebem e respondem? E as empresas?
É sobre isso que falaremos hoje, com maior ênfase à importância da comunicação para os agentes públicos atuais e para os que pretendem entrar para a vida pública.
A exemplo das organizações e empresas que dependem da aprovação diária dos consumidores e cidadãos, igualmente os políticos precisam de reconhecimento ao trabalho realizado. Ou seja: confiança, respaldo e voto do eleitor.
O erro mais grave cometido por boa parte dos candidatos que se elegem é o de não voltar ou se afastar das comunidades, bairros e locais por onde passou pedindo votos e fazendo promessas. Isso tem um efeito mortal. O eleitor se sente traído, enganado e não quer mais saber do candidato.
De nada adianta fazer uma boa gestão administrativa – como prefeito, governador, presidente ou secretário e ministro – ou legislativa – vereador, deputado, senador – se o cidadão e os formadores de opinião não souberem.
Por isso, é primordial contar com o respaldo de especialistas em comunicação: uma base de apoio de marketing político para acompanhar o atual ou futuro agente público o tempo todo, construindo ou fortalecendo a sua imagem, orientando a equipe de trabalho, atuando junto à sociedade e aos grupos formadores de opinião.
Sem comunicação, não há produto e não há sucesso. E não existe exagero nesta afirmação. Ignorar esta ferramenta é um caminho fatal para qualquer pretensão. Diariamente somos bombardeados por uma enxurrada de informações. A distância do mundo está a apenas um clique. Mas como usar corretamente os meios de comunicação? É simples e, ao mesmo tempo, complexo. Simples para quem usa a comunicação de maneira correta, com o apoio de profissionais da área; complexa e, às vezes, trágica, para aqueles que acham que podem fazer tudo sem orientação.
É preciso traçar um plano que permita ao produto, serviço, empresa, organização ou ao candidato estar em diferentes mídias frequentemente. Para isso, é necessário criar situações e pautas interessantes. É desta forma que leitores, ouvintes e telespectadores vão tomando contato e formando sua opinião.
A construção da imagem é sempre um desafio, mesmo para os “experts”. Difícil construir, fácil, muito fácil mesmo, destruir. Sem apoio de uma assessoria de comunicação, são raríssimas as chances de sucesso.
O trabalho profissional ajuda a suprir as eventuais deficiências de expressão em público, seja pelo porta-voz da organização, seja pelo candidato: que linguagem utilizar, como enfrentar a mídia, como se posicionar em debates e programas especiais?
Nem todos a favor; nem todos contra. O enfoque da mídia é muito variado e depende de vários fatores. Por isso, é preciso agir com inteligência para ocupar espaços, sobretudo os gratuitos, a tal mídia espontânea.
E depois de obtido o resultado esperado, o sucesso nas vendas ou nas urnas?
Um dos erros mais comuns depois que se atinge o objetivo é o relaxamento, o “deitar em berço esplêndido”. Pode ser que, em vez de sonhos bons, venham pesadelos.
Quem souber montar um bom plano de comunicação pré, durante e após a campanha publicitária (produtos, serviços ou marcas) ou política (propaganda eleitoral), certamente vai encontrar muito mais facilidades para fidelizar o cliente e o eleitor…
Manter apenas a publicidade formal, paga, contratada, não basta. É preciso obter torcedores fieis.
Os órgãos da imprensa não têm a obrigação de noticiar. O fazem quando acham importante ou conveniente. É necessário um trabalho de comunicação para produzir a informação, divulgar fatos relevantes, criar pautas especiais que despertem o interesse da imprensa. É essa comunicação que mantém abertos os canais com a mídia e a população. Quem não adota essa estratégia está a caminho do anonimato, o que é fatal para qualquer futura pretensão.